Filosofia e Interfaces: 50 anos do curso de Filosofia da UNIFRA

Autores

Rita de Athayde Gonçalves; Maria Alice Coelho Ribas; Márcio Paulo Cenci; Marcos Alexandre Alves; Ricardo Antonio Rodrigues; Solange Dejeanne; Carlota Maria Ibertis; Selvino Antonio Malfatti

Sinopse

Ao apresentar o livro em comemoração aos 50 anos do Curso de Filosofia da UNIFRA, faz-se necessário relembrar a sua história, especialmente no que se refere ao seu começo.

O Curso de Filosofia teve sua origem na Faculdade de Ciências e Letras “Imaculada Conceição” - FIC, fundada em 27 de abril de 1955 e seu funcionamento foi autorizado em 25/4/58, pelo Decreto 43.568/58. Nesses 50 anos, dedicou-se à formação de professores qualificados para o ensino médio e, atualmente, também para o ensino fundamental, mediante atitude investigativa, crítico-reflexiva, problematizadora, ética e humanizadora. Além de formar professores e pesquisadores em Filosofia, desempenha funções em todos os cursos do Centro Universitário Franciscano, nos quais atua como responsável pelos componentes curriculares de formação humanística, contribuindo para o desenvolvimento humano e social dos diversos grupos e setores da sociedade.

Formar professores de Filosofia no Brasil, sabe-se que não é tarefa fácil. Os desafios enfrentados pelos cursos são recorrentes, pois a Filosofia e seu ensino desde o Brasil Colônia foram problemáticos, passando por inúmeras inclusões e retiradas dos currículos da educação brasileira. Pelo seu caráter problematizador, muitas vezes representou uma ameaça aos grupos que estavam no poder. Porém, a Filosofia resiste às pressões e, na FIC (1958-1995) FAFRA (1995-1998) ou UNIFRA, durante 50 anos de funcionamento, formou muitos profissionais que se destacaram na docência, na pesquisa, em assessorias filosóficas, exercendo funções de destaque na comunidade.

Assim, o Curso de Filosofia da UNIFRA vem contribuindo com a comunidade há 50 anos ao formar professores-filósofos para atuarem como profissionais, em uma sociedade onde a reflexão tem pouco espaço, o que problematiza a realidade, e não permite que o pensamento se cristalize. Essa data coincide com o momento da inserção da disciplina de Filosofia como componente curricular obrigatório em todo o território nacional. Nesse sentido, hoje, mais do que nunca, faz-se necessário criar espaços de reflexão em relação à Filosofia nas suas várias dimensões.

O livro consiste em uma coletânea de textos elaborados pelos professores do Curso de Filosofia, fruto do trabalho desenvolvido no grupo de pesquisa Dimensões do Agir Humano, que surgiu, justamente, da necessidade de compatibilizar a atividade didático-pedagógica e a investigação científica. O grupo de pesquisa se constitui como um aglutinador das atividades investigativas nas diversas áreas de atuação dos professores do Curso de Filosofia. Por isso, desdobra-se em linhas que mostram os interesses dos docentes. As linhas de pesquisa são “Educação e Agir Humano”, que realiza estudos na área de Filosofia da Educação, com concentração nas questões referentes aos fundamentos de educação, ensino de Filosofia, formação de professores, e “Ética e Agir Humano”, que se concentra nas questões de fundamentação da Ética, da Estética e da Legitimação do Poder (Estado), com estudos teórico-práticos sobre os valores individuais, sociais e profissionais, portanto, com ênfase nas relações intersubjetivas. “Pensamento Franciscano” é a linha mais recente que objetiva investigar e desenvolver os problemas que surgiram com pensadores ligados à Ordem Franciscana a partir do século XIII e XIV.

Os artigos presentes nesta coletânea estão orientados, de modo consonante, por essas linhas, mas principalmente pelo leitmotiv do Agir Humano. Como pano de fundo dos temas de Filosofia e Educação, estão os artigos de Marcos Alexandre Alves, com uma reflexão sobre como tratar as questões filosóficas e de Rita de Athayde Gonçalves, com a tese de que o ensino de Filosofia deve ser tratado como um problema filosófico. O artigo de Márcio Paulo Cenci, especificamente ligado ao Pensamento Franciscano, trata da questão da utilidade da ciência na visão de Roger Bacon, frade franciscano do século XIII. Ainda sobre Filosofia Medieval, temos a apresentação por Ricardo Antonio Rodrigues da controvérsia entre Santo Anselmo e Gaunilo sobre a origem das ideias. Loidemar Luiz Bressan trata do problema da teoria do conhecimento kantiano sobre a relação da existência interna e existência externa. As questões específicas do agir humano são tratadas a partir das perspectivas da Filosofia kantiana e de vertentes da Filosofia contemporânea. Assim, Solange Dejeanne aborda em seu artigo a possibilidade da fundamentação da moral em Kant e Selvino Malfatti trata dos fundamentos filosóficos da corrupção política. Carlota Maria Ibertis mostra uma interpretação do determinismo freudiano e Maria Alice Coelho Ribas pensa, a partir de Umberto Eco, a Obra de Arte enquanto fenômeno comunicativo.

Com esta obra, queremos homenagear todos os professores e acadêmicos que fizeram parte da história do Curso ao longo desses 50 anos.

Assim, é com grande alegria que o Curso de Filosofia do Centro Universitário Franciscano comemora 50 anos de atividades dedicados à reflexão, à autonomia de pensamento e à busca permanente de saber que se deseja.

Os Organizadores

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Publicado

1 abril 2010

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Detalhes sobre essa publicação

ISBN-13 (15)

978-85-7909-011-0

Dimensões físicas