4º Congresso Nacional das Escolas Franciscanas: Educação e ciência na perspectiva franciscana

Nada mais fascinante e estimulante que congregar, no clima de fraternidade franciscana, toda comunidade educativa das escolas da Sociedade Caritativa e Literária São Francisco de Assis – Zona Norte, com o objetivo de discutir a temática “Educação e ciência na perspectiva franciscana” no 4° Congresso Nacional das Escolas Franciscanas. Congregar para estimular a renovação das vivências, para a prática educativa e, enfim, para realizar o intercâmbio entre as escolas e seus diferentes contextos. Congregar é também dialogar. O diálogo proposto para este ano nos movimenta, suscita questionamentos e aponta para os desafios na educação, na qual a ciência pode ser pensada e vivida na perspectiva franciscana. Quais são as motivações que nos impulsionam para o conhecimento? Qual o sentido dos usos e limites da educação e da ciência?

Na perspectiva franciscana, não podemos pensar a educação desvinculada da ciência. São Francisco insiste em que o conhecimento e a ciência devem servir aos interesses das pessoas. No bilhete a Santo Antônio, ele estimula que o ensino se efetive sem que o espírito se extinga (FF, p. 107), mas questiona o conhecimento daqueles que o utilizam somente para a própria vanglória (2CEI, 102). O sentido último da ciência é servir à humanidade como fraternidade universal e não somente aos desejos individualistas.

A ciência não é um conjunto abstrato de conhecimentos. Ela é a guia para a compreensão dos fenômenos do mundo e para a eliminação da ignorância que obscurece o bem: assim era considerada por Roger Bacon, filósofo franciscano do século XIII. Ele concebeu um projeto de unidade da ciência, no qual todos os saberes se concentrariam e seriam úteis à humanidade inteira, garantindo seu bem. Desse modo, a ciência, não fragmentada, deve colaborar para a vida prática das pessoas, com finalidade efetiva e um télos definido. A educação precisa colocar-se a par da ciência, de forma criativa e crítica, para que a construção do conhecimento se efetive como obra da humanidade. Sendo assim, na perspectiva franciscana, a educação e a ciência colocam-se num horizonte em que os cruzamentos se tornam necessários e fundamentais.

Prof. Marcio Paulo Cenci

Comissão técnico-científica