Água e Educação: princípios e estratégias de uso e conservação
Sinopse
Ao longo dos anos, a educação superior vem incorporando, em suas funções de produção, transmissão e conservação do conhecimento, novas e importantes atividades sociais. Embora ciente de que as instituições universitárias não usufruam de um papel exclusivo nem mesmo prioritário no contexto da informação atual, levando-se em conta a importância da mídia no papel da informação e da formação de opinião, considera-se que as instituições são ainda essenciais em se tratando da investigação e da produção do conhecimento e da mediação teoria-prática; ciência-tecnologia.
Entretanto, é muito amplo o distanciamento entre as instituições de ensino superior e o âmbito decisório nacional para a discussão de políticas que decidam estratégias para o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, faz-se necessário um amplo debate por uma teorização da educação ambiental crítica, a partir das realidades locais, mas com visão global, que repercuta em posicionamento ativo em favor da vida, sem dicotomia entre educação e sociedade. Necessita-se de uma proposta voltada a aprofundar o estudo e, sobretudo, a concepção de que o mundo natural é uma coordenação de organismos em interconexão e, no ponto de destruição a que chegamos, é imprescindível uma guinada do pensamento, uma revolução cultural capaz de possibilitar ações inovadoras evocadas para o pensamento ambiental.
Ao considerar a educação ambiental como resultado de investigação e de interação com a sociedade, tema desta obra, pode-se afirmar que se trata de um assunto altamente compatível com a responsabilidade educativa e social desta Instituição que, expressamente, por seus princípios, preocupa-se com os problemas da vida humana e da natureza, na compreensão de que a formação para a cidadania, isto é, a formação de pessoas críticas, participativas e solidárias, imbuídas de uma cultura de paz, essencial para qualificar a vida nos dias atuais e preservar o futuro desenvolvimento sustentável dos povos, somente poderá ocorrer em sintonia com a discussão e a busca de soluções para os desafios da realidade.
É, pois, no sentido de responder de maneira efetiva e adequada às necessidades do ambiente, mediante o processo educativo, que ocorreu o desenvolvimento deste projeto, experienciado por uma equipe de professores e estudantes.
O caso de estudo que ora se publica, sinaliza a importância de uma epistemologia da ciência da natureza e do ambiente para gerar reflexões com base em argumentações científicas e éticas, capazes de relativizar o próprio conhecimento, desconstruir certezas de concepção sobre o mundo, a realidade, a cultura e partir, corajosamente, para novas formas de pensar, conceber, entender e de se relacionar à natureza; uma epistemologia capaz de pensar a natureza humana e não humana; uma epistemologia que propõe a prática educativa experienciada em ambiente de educação escolar e não escolar, tendo em vista sua repercussão para qualificar a vida em sociedade.
A crise ambiental que se vive atualmente resulta de uma crise da razão, de uma cultura exploradora e utilitarista do ambiente, de uma postura de insensibilidade humana, de uma tradição civilizatória essencialmente descomprometida com o cuidado à natureza, com visão lucrativa fortemente econômica e comercial.
A relevância do estudo de ações efetivas na educação ambiental é atribuição das instituições de educação superior na sociedade, incluindo a democratização de acesso ao conhecimento pela conexão com a realidade do trabalho na busca por soluções para os problemas urgentes que a humanidade enfrenta, tais como os do ambiente, tendo em vista o uso racional dos recursos e sua preservação para as futuras gerações.
Água, gênese da vida e a educação, força transformadora do pensamento humano, sejam ideias fonte desta contribuição para educadores e para todos os que se propõem e se decidem ao compromisso de pensar e fazer educação ambiental para a sustentabilidade da natureza humana e não humana do planeta Terra. Deseja-se que a leitura desperte e sensibilize a percepção e a vontade para a ação intencional e compartilhada da educação ambiental e da proteção à vida no presente e para o futuro.
Iraní Rupolo
Reitora do Centro Universitário Franciscano